terça-feira, 18 de agosto de 2009

chega, de pé!

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"Vladimir: E o senhor, o senhor é Pozzo?
Pozzo: Certamente, sou Pozzo.
Vladimir: Os mesmos de ontem?
Pozzo: De ontem?
Vladimir: Nós nos vimos ontem. (Silêncio) O senhor não se lembra?
Pozzo: Não me lembro de ter encontrado ninguém ontem. Mas amanhã não vou me lembrar de ter encontrado ninguém hoje. Não conte comigo para esclarecer nada. E além disso, chega. De pé!"

Esperando Godot, Beckett, 1949
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

cabelo, o magnífico

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Dakota hair, Ryan McGinley, 2004
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

planos de fuga

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"Há várias coisas que as pessoas das pesquisas de opinião nunca se preocupam em perguntar. (...) Por exemplo, quantos adultos não têm um seriado de aventuras passando dentro de suas mentes? Quantos não sonham acordados, conscientemente, com uma história em que deixam de ser um funcionário da IBM para se transformar em um belo semideus, que frequenta palácios esplêndidos, salva donzelas de monstros (...). A vida e o sucesso de Burroughs [o criador do Tarzan, Edgar Rice Burroughs] nos levam a pensar que muitas pessoas acham suas vidas tão insatisfatórias que só conseguem levá-las adiante, ano após ano, contando a si mesmas histórias nas quais são capazes de dominar seu ambiente de uma forma impossível de acontecer em nossa superorganizada sociedade. 'A maior parte das histórias que escrevi eram as histórias que eu contava para mim mesmo antes de dormir', disse Edgar Rice Burroughs." (Gore Vidal, no ótimo "Tarzan revisitado" (1963), na ótima edição número dois da revista Serrote)
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"Lo interesante, en el caso de Onetti, es que esos derrotados al final escapan a través de la ficción. Todos viven experiencias de derrota efectivamente radical en el mundo tal como es. A algu­nos eso los lleva a suicidarse – hay una gran cantidad de personajes suicidas en Onetti – pero los que no se suicidan, escapan por la fan­tasía. Se inventan mundos pura­mente imaginarios en los que se refugian y pueden sobrevivir. Y yo creo que ése es el origen de la ficción; creo que nosotros empeza­mos a inventar porque el mundo no nos resultaba suficiente. O nos resultaba hostil, no lo entendía­mos, o vivíamos como golpeados, atemorizados por él. Y entonces, al final encontramos esa fórmula, que era inventar otros mundos para vivir la ilusión del relato, del relato oral al principio, y después, el relato escrito, o filmado. A mí me parece que una de las origina­lidades de Onetti consiste en que prácticamente toda la obra de él muestra este proceso, en distintos individuos, hombres, mujeres, que después de vivir experiencias atroces de frustración, de derrota, pues se escapan a través de la fan­tasía. Es evidente que eso Onetti no lo pudo planear nunca, él no pudo saber nunca que iba a darle a su obra toda esa unidad, diríamos, orgánica, a través del tema de la ficción. (Vargas Llosa, em entrevista, sobre o Onetti)
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